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Vamos falar sobre a coceira em cães? Por Emerson Milla

O prurido, conhecido popularmente como coceira, é definido como uma sensação desagradável, semelhante à dor.

Por: Poliana Kovalyk

- 24/10/2022 21h02

A coceira (tecnicamente conhecida como prurido) é uma das razões mais comuns pelas quais os tutores levam seus animais para uma consulta veterinária. O prurido é definido como uma sensação desagradável, semelhante à dor e é manifestado por lambedura, mastigação, roçar em objetos, arranhaduras, mudanças comportamentais e automutilação.

De forma similar à dor, a coceira é um sistema de alarme efetivo para a remoção de substâncias lesivas à pele, e quando ocorre de forma crônica tem um impacto acentuado na qualidade de vida dos animais. Alguns fatores podem iniciar, suprimir ou exacerbar o prurido. Fatores mecânicos (como esfregar ou arranhar a pele), podem suprimir brevemente a sensação de coceira devido ao desencadeamento de estímulos dolorosos, térmicos e táteis que competem com circuitos neuronais.

Há três causas alérgicas principais em cães, e o diagnóstico de cada uma delas é realizado por provas terapêuticas, já que se assemelham em sinais clínicos e, essencialmente, por exclusão.

Inicialmente é necessário excluir as induzidas por parasitas, como a dermatite alérgica à picada de pulga (conhecida como DAPP). O sucesso no manejo da DAPP depende da eliminação das pulgas tanto do animal quanto do ambiente. Se após a exclusão dessa causa houver persistência do prurido moderado a intenso e, não ligado a uma estação do ano, o animal deve ser submetido a exclusão dietética para que se verifique a possibilidade de hipersensibilidade alimentar.

A hipersensibilidade alimentar é uma reação orgânica adversa aos alimentos em que as habituais fontes de proteínas e carboidratos encontradas na alimentação constituem os principais agentes alergênicos.

Apesar de encontrarmos atualmente no mercado testes alérgicos, a restrição dietética (ou dieta de restrição) é o padrão ouro para confirmar ou eliminar a existência da hipersensibilidade alimentar. A restrição deve ser prescrita de 6 a 8 semanas, podendo se estender por até 12 semanas. A dieta de eliminação consiste basicamente em fornecer ao cão ou gato alimentos com os quais tenha tido pouco – ou idealmente – nenhum contato, como carne de coelho, peixe, cordeiro, rã ou avestruz como fontes de proteína, e batatas (podendo ser qualquer tipo de batata como a doce, a salsa, etc), como fontes de carboidrato.

A dieta caseira com esses ingredientes deve ser a primeira opção para o diagnóstico, pois tem-se um maior controle das substâncias ingeridas. Caso não seja possível, pode-se optar também pelo fornecimento de rações hipoalergênicas comerciais. Após um período pré-determinado, inicia-se a exposição provocativa aos alimentos anteriores, para confirmar a hipersensibilidade. Se após o período de teste o prurido e os sinais clínicos persistirem, conclui-se que o paciente apresenta dermatite atópica.

O sinal clínico inicial da dermatite atópica canina (DAC) é a coceira em áreas sem lesão visível ou com manchas de cor avermelhada. Pode ser localizada ou generalizada, ocorre principalmente na face, orelhas e/ou patas. O trauma causado pela coceira vai determinar outros sinais clínicos, alguns deles severos. A otite externa recorrente também é uma manifestação comum da DAC (cerca de 85% dos casos).

O diagnóstico da DAC deve ser subsidiado pelo exame clínico que é estabelecido após a exclusão de outras doenças que causam coceira. A DAC é uma doença incurável, em que a terapia é realizada para controle dos sinais clínicos e envolve: evitar a exposição aos agentes causadores da alergia, terapia medicamentosa (anti-inflamatórios não esteroidais, anti-histamínicos, suplementação com ômega 3 e 6, ApoquelÒ e CytopointÒ).

A melhor terapia deve ser avaliada caso a caso, porém em todos, deve-se optar pela multiterapia, envolvendo muitas vezes agentes sistêmicos como os citados acima com agentes tópicos (shampoos e cremes).

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