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NÃO FAÇA ESTÉTICA, por Syndel Stefanes e Tatiane Pasternak

Se você não está disposto a lutar por essa área que só cresce, e a defender suas competências, não faça estética.

Por: Poliana Kovalyk

- 03/04/2023 11h16

Se você quer um caminho fácil, não faça estética.
Se você quer só passar creminhos, não faça estética.
Se você quer uma profissão discreta, que não cobiça os olhos de outros profissionais, não faça estética. 
Se você quer estudar por apenas dois anos e meio, não faça estética. 
Se você não ama o ser humano na sua totalidade de sistemas e singularidade de características, não faça estética. 
Se você gosta de protocolos, rotinas e receitas padrões, não faça estética. 
Se você acredita que pode trabalhar sempre sozinho, não faça estética. 
Se você não está disposto a debater conceitos e defender raciocínios clínicos, não faça estética.
Se você não está disposto a se adequar aos avanços tecnológicos, não faça estética. 
Se você não está disposto a lutar pela sua classe, por favor, não faça estética. 

 

A estética abre um leque de possibilidades, desde o designe de sobrancelha, a aplicação de uma toxina botulínica, e é isso que faz com que a área seja tão incrível.

Do lado de cá, nós não vemos problema algum da área ser associada com o embelezamento humano, afinal a beleza nos move, não é mesmo? A remoção de pelos, o toque da maquiagem, as técnicas para contorno corporal, são procedimentos rotineiros na nossa década, o que vislumbra fidelidade de clientes e exige constante aperfeiçoamento e dedicação profissional. 

Do lado de cá, o nosso problema é restringir a estética a apenas esses procedimentos (...) Sabe-se que se tornou usual e pragmático relacionar a estética a área exclusiva da beleza, todavia, esse paradigma precisa ser quebrado. A estética está em ascensão, pois o cenário mundial exige esse progresso contínuo:  o mundo gira, o corpo se transforma, os hábitos se alteram, as técnicas evoluem, e a nossa prática se torna volátil. 

O esteticista é o profissional habilitado para trabalhar nas mais diversas situações estéticas, e é dotado de todo embasamento fisiológico e clínico para tal. Todavia, se faz necessário o estudo completo do ser humano, em uma visão biopsicossocial, que compreende aspectos biológicos, químicos, psicológicos e todas as relações que o mesmo realiza. Nesse contexto, esse tratamento integral exige olhares diversos, o que só é possível com uma equipe multidisciplinar. 

Quando acolhemos que estética é saúde, precisamos desse debate construtivo, e compreender que nossos eixos de atuação podem ser integrados nos faz profissionais cada vez melhores. Do lado de cá, apoiamos copiosamente essa vertente. Mas e do lado de lá? Como os demais profissionais enxergam a estética? Ou o esteticista? Infelizmente a reposta é dicotômica. O confronto dos profissionais da área se torna uma guerra sem vencedores. Nosso cenário se apresenta digladiando pareces em cima de leis federais, afrontando e pleiteando saberes e habilidades, e infelizmente esquecendo o que nos une: o cuidado. 

A estética é tudo isso, e um pouco mais, e ela traz consigo uma responsabilidade gigante: trazer harmonia, bem-estar, saúde e autoestima. A estética permite o sorriso mais sincero dos nossos pacientes e o abraço mais recompensador, mas ela precisa que você esteja apto para isso. Apto para rotinas intensas de estudo, apto para uma dinâmica incerta, mas que embasada na ciência, não tem intercorrência. Apto para quebrar paradigmas históricos, e mostrar para o mundo que estética não é só passar creminho, mas que se você quiser se aperfeiçoar para passar cremes, a sociedade precisa entender que esse creme é um veículo com ativos específicos, que você ajustou o Ph, manipulou, e prescreveu um home care personalizado para aquela paciente, e do lado de cá, está tudo muito bem, porque nós trabalhamos muito para isso. Logo, se você não está disposto a lutar por essa área que só cresce, e a defender suas competências, não faça estética. 
 

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